Espelhos Vikings
Domingos de Souza Nogueira Neto
A luz de Mani que atacava a janela, esbranquiçando os gritos e os brados, registrava nos espelhos espalhados, odor purpúreo pelo qual o brilho vela. Os mortos viriam antitesar a vida, calva servida em crânios insepultos, mulheres rasgadas sorrindo, entre insultos ... por pouco mais, por pouco menos, tudo. As três nornas marcavam trilha em sina, lobos rondavam em busca de outra lida, e verbo pai de profecia sibilina, tornava em ato a maldição contida. Ao canto ao tanto o soterrado brilho, polido por mãos afetas a sortida, jogada a peça que reflete a morte e a vida, em mão de mago o mortal sarilho. Festa que a orgia esboçava, na costa eslava velava a quem morria, pois nobre aquele que no fogo arde, amor gentil é o amor de escrava. O certo é que as fogueiras junto a lua, nos espéculos, premiam em luz ao tido, e ainda hoje, no passar dos séculos, quando a völva profecia se fez rito, as almas mansas de vinda judia, revirando os espelhos d´almas nuas, não vêem marcas de qualquer perfidia. *** IMAGEM: Funeral Viking
...La passion... Do que falas não é feio ou bonito, é o humano. Quanto nos distanciamos, nos aproximamos, andamos nas medianeiras ou, buscamos a perenidade, aconsciência sustentável?
ResponderExcluirTexto forte. Instintivo.
Vikings da contemporaneidade?
Não saberia aferir o quanto avançamos.
Talvez ainda sejamos iguais, não?
So dark.
Me demorei aqui.
Carinho,
Mai
Amor de minha vida,
ResponderExcluirEste poema é examente você. É o contraditório. O ritual, do amor e da dor, é a unidade de ambos e o impacto na vida. É o sagrado, o ritual. A magia de fazer das palavras, uma viagem ao tempo, ao tudo e ao nada.
De seu grande e eterno amor. Hálima.