quarta-feira, 22 de julho de 2009

Dia de Morrer


Dia de Morrer

Domingos de Souza Nogueira Neto


Não me recordo do silvo, do som sibilo, que em minhas memórias futuras estava guardado. As três picadas, o calor bem pontuado, a fraqueza nos joelhos, que me fez cair, depois o frio, e o sono...
Espantei preocupações com a mulher, os filhos, crianças ainda... Meu futuro se dissociava do deles, melhor esquecer... Procurei não pensar em Deus, nada do depois me parecia familiar.
Naquele breve crepúsculo lembro-me de rostos curiosos, do meximento de homens, uniformes, do agudo aflito se afastando.

Sei que morri.


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