quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

livre


livre


domingos de souza nogueira neto



nua no solo gotejando sangue,
coberta por galhos e por brisa,
os cabelos atados em treliças,
o salgado dos seios qual o mangue.


o charme da morte no entorno,
nada tão belo como já não ter vida,
o voejar da alma livre de estorvo,
pérolas rubras na rosa entreabrida.


olhos azuis de costas para as estrelas,
lábios abismos pálidos entre sustos,
no solo a beleza (bruços feito em telas).


e o estilete equilibrado em meus dedos,
purpureo ao refletir o alvor da lua,
celebrava a queda nua de seus medos.

melhor perder-te que deixar-te tua.



6 comentários:

  1. Valeu pelo seu comentário lá no nosso blog:
    assim você até nos envergonha...

    Leio os seus poemas
    e me pergunto o motivo de você
    os fazer sempre com rimas,
    sempre dentro da métrica.

    Você já arriscou um verso livre?
    O que achou?

    Aquele abraço,
    Paulo
    http://poenocine.blogspot.com/

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  2. Forte e intenso como gostas.
    O final me pareceu uma promessa cumprida - 'se não és minha não serás de ninguém'.

    lembrei de você e do encontro
    de palavras.
    beijos

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  3. A nudez excita, não falta nada para tornar-se poesia.

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  4. Livre é a criação literária. Livre de preceitos. Livre de preconceitos. Livre até de engajamentos. Alerta a nós.Posso dizer com assombro que o material perfuro-cortante, ameaça de morte a poesia,que nua no solo gotejando sangue traz a imagem do feminino.

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  5. Domingos, boa noite.

    Sou o André, autor dos 'Gritos Verticais'. Adorei seu blog. Sua poesia, além de muita beleza, possui muita força e muita expressividade. Estou feliz por conhecer sua arte.

    Quando quiser, apareça no meu blog (também denominado 'Gritos Verticais'). Seja sempre bem vindo, 'poeta das leis'. E não se esqueça de dar seu parecer sobre meu modesto livro.

    Grande abraço!

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