miríades e sombras
domingos de souza nogueira neto
Entre os cobertores espremia meus olhos, a noite me ensinou a estar só. Havia sempre o que ser temido. As sombras escuras que andavam enfileiradas e transformavam minha alma em gelo. Ao longe o noturno.
Apertando as pálpebras se espalhavam os cintilos, as vezes breves e sozinhos, as vezes em filas alegres, miríades, das quais só vim a saber com o passar de auroras.
Eram assim as minhas noites. Nada sabia dos meus pais, que estavam vivos, dormia na cama dos meus avós.
Conhecia do mêdo, da incerteza, das ausências traduzidas em sombra, e das criaturas da noite, que ocupavam o espaço entre os miúdos da infância e tudo o mais que haveria de vir.
Entre uma e outra, minipsicodélicas brincadeiras de luz, alheias aos meus terrores e a onipresença das sombras, existiam, de fato, quem havia de dizer, diamonds que Lucy haveria de ver in the sky.
Não via o universo de galáxias e buracos negros, nem trevas salpicadas, meu jovem rosto pouco alcançava pelo buraco do cobertor.
Havia apenas a criança, assombrada pelo desconhecimento, pontuado por pequenas luzes, sobre o qual nada podia, esperando pela hora de acordar.
Lindo este espaço.
ResponderExcluirum beijo e deixo...
GOSTAR
Gosto
Gosto de ser
Gosto de estar
Gosto de viver...
Mas...
Sei que...
É muito difícil
Ser...
Estar...
E...
Viver...
Mas...
Continuo a teimar
Porque gosto... e então
Sinto...
Que sou...
Que estou...
E que vivo...
Porque...
Para conseguir...
É preciso... persistir...
LILI LARAnjo
As noites nos ensinam tantas coisas, não Domingos?
ResponderExcluirAbraço